Nossa Voz #1014
Os judeus marranos no sertão: uma conversa com Odmar Braga
A conversa a seguir aconteceu na casa do poeta e dramaturgo Odmar Braga, no município de Paulista, em Pernambuco, na qual o autor nos contou a história da chegada dos judeus marranos¹ no Brasil — a passagem dessa tradição ao longo dos anos, os conflitos e resistências, na memória, nos costumes e na poesia ladina. Texto originalmente publicado da edição de 2014 do jornal Nossa Voz.
Os Judeus Marranos
Nossa Voz: Você acha necessário repensar o termo “cultura judaica”?
Odmar Braga: Eu vejo a cultura judaica como um caleidoscópio. Não vejo a necessidade de repensar este termo. Hoje, antes de mais nada, se faz necessário preservar a cultura judaica por todos os meios. Acima de tudo, a educação, a integração e aceitação do outro como ele é, independentemente de qual origem judaica se tenha e como se expressa essa cultura. Independentemente das diversas melodias, temos a harmonia de um único canto.
É como pensar que comunidade judaica, enquanto tal é plural, mas sua cultura é uma só, no final das contas.
É. Afinal de contas, para se rezar certas rezas, como a Amidá, são necessários dez homens. Mas, cada homem reza por si só apenas. Ou seja, não importa a origem do judeu, ele é judeu. Então, se você reunir judeus de diferentes partes do mundo, independentemente se um come falafel ou tabule, e o outro gefilte fish, eu fico com lulinha frita com cerveja na beira da praia.
Nós não podemos fugir dos nossos padrões. Ou seja, um grupo que chega ao Nordeste brasileiro para sobreviver tem de se adequar a essa realidade chamada sertão. A gente tem de compreender que não se pode exigir dessas pessoas a tradução do judaísmo igual à de uma outra região, como se o judaísmo nunca tivesse mudado. Certa vez, eu disse a um rabino: “A história judaica não passa de uma sucessão de naufrágios.” Uma sucessão de naufrágios que culmina com o pior de todos os naufrágios, a Shoah, o Holocausto. Algo inominável, jamais imaginado na história da humanidade, um crime em série de magnitude genocida, onde todos os esforços − trabalho, inteligência, criatividade humana − são empregados para destruição do próprio ser humano. É o anti-humanismo na sua escala mais brutal e mais hedionda. “Ora, na associação desses naufrágios”, eu poderia perguntar ao rabino: “como pode se esperar que erguendo o Titanic do fundo do mar, ele continue com a orquestra no passadiço do convés, tocando para alegrar as pessoas que naquele momento estavam lá?”, isso você não vai encontrar. Você vai encontrar uma mudança completa do aspecto de um barco naufragado. Você não vai encontrar a orquestra, nem os passageiros e muito menos a elegância de um palácio flutuante
Então, quando se resgata historicamente um judaísmo de centenas de anos, onde essas pessoas foram cerceadas da possibilidade de vivê-lo como era oficialmente esperado, passaram a fazê-lo a sua própria maneira. Foram obrigados a ter a criatividade de um judaísmo próprio, de uma crença mais crua, mais próxima de Deus. Não aquela ditada pelo judaísmo oficial ou pela vontade rabínica. Porque não havia rabino no cargo da tradição marrana − quem manda são as mulheres. As mulheres são as detentoras de toda a cultura. Do repassar, porque, afinal de contas, quem ensina essa cultura a seus filhos devem ser as avós, as esposas, as tias. Ora, se não fossem as mulheres, nós não existiríamos. Se elas, no curso dos séculos, foram as responsáveis no nosso mundo pela manutenção dessa cultura, por que não querer aceitar essa tradição que foi repassada pelas nossas mulheres?
“A história judaica não passa de uma sucessão de naufrágios.”
Mas as mulheres podem ser rabinas?
Essa é a diferença. Para nós, a questão não é ser ou não ser rabino. A questão é saber rezar. Portanto, é manter a cultura e a tradição. No nosso caso — daqueles que foram oriundos de um processo de Inquisição — quem manteve toda a tradição judaica foram as mulheres.
A presença da mulher na manutenção da tradição é mais forte no judaísmo marrano?
Presença mais forte, não. Ele só existe por causa das mulheres. As nossas rezas, as nossas bênçãos… foram as mulheres que sustentaram. De repente, chega um rabino e diz que tem de mudar tudo. Agora, vocês vão mudar a maneira de agir. É um conflito interior.
Que mudanças seriam essas?
Eu rezo tradicionalmente e judaicamente. Um dia eu disse: “eu sou a geração do presente, porque eu sou a geração do deserto”, eu não estou na terra Santa, mas também não estou no Egito. Olhe, eu sou aquele que está entre dois mundos, o de meus ancestrais e do futuro de meus filhos e netos. Como fico eu diante desse contexto, no qual não posso esquecer de onde vim, quem me ensinou, quem me pôs no colo, numa rede de balanço e me contou a história, e rezava junto comigo, e dizia as bênçãos? Era a maneira que ela sabia, como a avó a ensinou. E assim nós conseguimos com as pontas das unhas nos sustentar durante os séculos. Poderia eu dar as costas à tradição de meus antepassados?
Mas isso é pedido pelos rabinos?
Os rabinos representam a chamada “tradição rabínica”, independentemente da linha de orientação, seja ela ortodoxa ou não, reformista, masortí, conservadora… Aliás, sabe o que quer dizer Rabino? Rosh Bnei Israel, ou seja, Cabeça dos filhos de Israel.
E isso é uma forma de poder, e o poder religioso é, de certa forma, um poder político. Então, ele vai dizer: “olha, a maneira como vocês têm de fazer agora é apenas a nossa maneira, não mais como os seus antepassados”. É justo? Em nome de apenas uma expressão cultural, de um ângulo, você irá esquecer os outros ângulos? Você vai aculturar-se de si mesmo para assimilar um outro modo de ser? É negar-se a si mesmo.
Presença Marrana no Sertão
“O sertão é a reprodução de uma cultura muito árabe, onde o judeu que chegou aqui era sefaradi.”
Você poderia falar um pouco sobre a presença dos judeus sefaraditas² no sertão do Brasil? Como essa cultura permaneceu na região?
A cultura sertaneja é gado. É cuidar de cabrito. O sertão é um grande rebanho de cabritos. E assim são os homens, um rebanho de cabritos. O sol começa a nascer e eles saem. Eles comem qualquer coisa e só voltam para o curral quando o sol se põe. Você não precisa chamar o animal. Eles vivem do nada. Bebem pouca água, o que conseguem arrumar. Eu não sei como eles sobrevivem. O sertão é a reprodução de uma cultura muito árabe, onde o judeu que chegou aqui era sefaradi. Por isso nós temos o aboio, que é a melodia pastoril árabe, moura. Cantiga de pastoreio. A ocupação de Pernambuco, por exemplo, começa em Itamaracá, em 1509, quando já existia Vila Velha e Itamaracá. Com a chegada de Duarte Coelho Pereira, casado com Ana Brites de Albuquerque, seu cunhado, Gerônimo de Albuquerque, vem como capitão-mor da capitania de Pernambuco. Desembarcam no canal de Santa Cruz e colocam um marco que está lá até hoje e fundam Igaraçu, a canoa grande. Ali houve uma batalha ferrenha contra os índios e eles ocuparam o espaço. Dois anos depois, eles descem de barco e ocupam Olinda. Quem era Duarte Coelho Pereira, e quem era Dona Brites Albuquerque? Quem era Jerônimo? Eles eram os Albuquerque, nobres mouros que se casaram com mulheres judias. O castelo dos Albuquerque existe até hoje na Espanha.
Dona Brites casa-se com Eduardo Coelho Pereira. Eles vieram da Índia, onde haviam conquistado espaço à base da espada e da pólvora, claro. Ganharam como presente a posse de uma terra aqui. Conquistam Olinda. Jerônimo de Albuquerque, capitão-mor, tinha 42 mulheres, entre negras e índias. Porém, ele vivia em pecado, porque tinha um harém. Ele era mouro, não era? Segundo a Rainha de Portugal, esse homem não podia mais viver em pecado − ele tinha de arrumar uma esposa e casar na igreja. Então, chegou uma prima e ele prometeu se casar com ela, desde que suas duas irmãs mais novas se casassem com seus dois filhos mais velhos. Ficou tudo em família. Ele casou na Igreja da Sé, e uma das priminhas mais novas se casou com o Jerônimo Filho e a outra com seu irmão, ambos filhos de uma índia Caeté chamada Maria do Espírito Santo, filha do Cacique Arco-Verde. O filho mais velho herdou o trono do pai, capitão-mor da capitania de Pernambuco, e seu irmão o título de capitão.
Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão dos franceses, mas passou antes pelo sertão, onde ele, meio tupi, não tinha dificuldade de se relacionar. E assim, foram ficando os Albuquerque no Sertão. Ora, Dona Brites que fica em Olinda comandando e administrando a capitania de Pernambuco no lugar de seu marido Duarte Coelho Pereira em virtude de sua ausência, soube que estava acontecendo uma série de atos canibais na vizinhança. Então, ela tomou uma atitude férrea para estancar o canibalismo. Mandou carregar as bombardas − os canhões no alto da Sé − onde ficava a sua torre. Aleatoriamente, mandou prender índios dessas tribos, amarrou-os à boca dos canhões, “convidou” todas as tribos e a população de Olinda para assistir ao ato, e detonou os canhões, fazendo voar pedaços dos índios pelos ares. Foi assim que ela impôs a mano militari a ordem do fim do canibalismo. Essa mulher tinha sangue no olho. Eu espero que vocês compreen-dam que, depois de tudo isso, manter a memória judaica foi para mim um grande feito. Porque nós não deveríamos deixar de existir. Tinha tudo para dar errado, mas deu certo.
A família da minha esposa é dividida, por exemplo: por parte de mãe, são do sertão do Ceará, do Olho d’ água da bica da cidade de Tabuleiro do Norte. A família Oliveira da Costa, que veio dos Açores, só se casa entre si. Por parte de pai, os Bezerra são de uma cidade chamada Acari, próxima à Caicó, sertão do Seridó, no Rio Grande do Norte. Esta é a região onde se iniciou a ocupação do Seridó. Os Bezerra têm uma genealogia de dezoito gerações. Já são milhares. A mãe dela ensinou-a a acender a vela do Shabat, ou seja, não é necessário um rabino para que as famílias aprendam a separar as panelas do leite e da carne, para acenderem a vela do Shabat; isso sempre aconteceu.
Eles se autonomeavam judeus ou seguiam uma tradição ocultamente?
Ocultamente. Sabiam-se judeus, mas se diziam judeus cristãos-novos.
Pois havia uma perseguição muito forte?
Sim. Imagine isso séculos atrás. Por exemplo, quando meu bisavô estava morrendo, um padre foi visitá-lo para dar a extrema-unção. Então, a minha bisavó materna disse: “Padre, acabou a sua missão, pode ir embora. Agora é a minha vez.” Botou o padre para fora e procedeu de acordo com o nosso costume. Não foi necessário um rabino para nos ensinar isso, quem preservou a tradição foram as mulheres. O banho dos mortos, as rezas, o que comer e o que não comer…
Aqui em Recife, fomos à Sinagoga Kadosh Zur Israel, conhecida como a Primeira Sinagoga das Américas. Como ela entra nessa história?
Você acredita que foi a primeira?
É o que eles contam.
Não foi. A primeira sinagoga aconteceu em Olinda, no Alto da Ribeira. Era na casa de uma senhora chamada Ana Roes. E a segunda foi no Engenho Camaragibe, de sua propriedade, ainda no século XVI. Isso ocasionou a visita do bispo inquisidor, Bartolomeu Furtado de Mendonça, que mandou prender muita gente, dentre eles, dona Ana Roes. Atualmente, está destruída, mas uma parte continua em pé, chamada ermida da Feitoria de Fernando de Noronha, que fica no alto do cabo de Santo Agostinho. Essa ausência de memória é muito triste.
Porém,havia uma outra anterior àquela, próxima ao palácio do governo, chamada Maguén Abraham. Depois, foi fundada a Kahal Kadosh Zur Israel e as pessoas que eram Maguén Abraham foram para lá. Todos aqueles que fundaram aquela sinagoga nasceram em Olinda. As pessoas circuncisaram-se antes mesmo de terem um rabino. Ninguém veio da Holanda; ora, quem fundou tudo aquilo foram as próprias pessoas de Olinda. Somente após doze anos chega um rabino, Isaac Aboab da Fonseca, marrano de origem, nascido em Castro D’Aire, Portugal, onde fora batizado de maneira católica, em pia batismal, sob o nome de Simão da Fonseca, cuja família posteriormente mudou-se para Amsterdã. A história, às vezes, é distorcida.
Não creio que exista essa categoria histórica de “judeu holandês”; afinal, eram todos judeus marranos de origem hispano-portuguesa. Em Olinda, ao lado da igreja Conceição dos Militares, está enterrado Jacob Zakuto, filho do médico marrano português Manoel Álvares de Távora, o qual adotou o nome de seu bisavô, o renomado astrônomo e historiador Abraão Zacuto. O filho mais novo, Isaac Zacuto, conseguiu fugir, e os jesuítas enforcaram Jacob Zacuto.
Não acha isso muito irônico, ter um judeu enterrado ao lado de uma igreja católica em cuja frente ele fora enforcado? Dois judeus foram enforcados em frente a essa igreja, pelos jesuítas. Isso é citado? Não. Por que não citam que em Itamaracá havia uma sinagoga? Onde ficou a sinagoga de Itamaracá? Porque é do mesmo tempo daquela. Por que não dizem que em Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, na parte antiga, havia também uma sinagoga?
Porque eles estão respondendo às instituições oficiais, talvez…
Você leu 1984, de George Orwell? Quem controla o presente controla o passado. Quem controla o passado controla o futuro.
Quando estivemos lá, havia um grupo muito grande de estudantes de ensino fundamental, e a Tânia Kaufman, diretora do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco ( onde se encontra a Sinagoga Kahal Kadosh Zur Israel), nos falou sobre a importância de se passar essa história.
A versão dela. Se a sinagoga foi fundada por judeus marranos no século XVII, nascidos em Olinda, por que não devolver aquele patrimônio a quem é de direito? Por que não há ali judeus marranos contando a sua história? Por que a versão contada tem de ser uma versão “oficial”? Por quê? A quem interessam as ideias? Devemos sempre perguntar a quem interessam as ideias. Acredito que foi Bertold Brecht que disse que, quando grita o dominador, reverbera também a voz do dominado.
“Hoje, a história é versão. Quem detém as versões, e quem tem o poder de mídia, de tanto repeti-las, tornase algo próximo à verdade, embora não seja.”
Sim, por isso é tão importante realizar o trabalho de mostrar estas outras versões.
Hoje, a história é versão. Quem detém as versões, e quem tem o poder de mídia, de tanto repeti-las, torna-se algo próximo à verdade, embora não seja. Essa é a questão.
Poesia ladina e resistência
Você poderia falar um pouco sobre a sua poesia escrita em ladino?
Existem muitas discussões acadêmicas sobre o termo ladino. Porque ladino significava escrever cartas e responsas rabínicas com caracteres hebraicos no romance espanhol. Há também o espanhol antigo, escrito com caracteres e letras hebraicas.
Posteriormente, o ladino passa a ser a língua oficial do judeu sefaradi, pois, quando chega a diáspora espanhola, a quantidade de judeus em Portugal era muito pequena e houve uma grande migração da Espanha para Portugal. Muitos foram embora para a Turquia e outra parte foi convertida.
Turquia, Grécia, Marrocos, Tunísia, Argélia… foram parar, acredite, até na Bulgária. Claro que nesses lugares o ladino passa a ter características diferentes. Na Itália também. O que é que acontece? Uma saudade que se nega a morrer. É um sentimento de pertencimento, a língua.
Sim. A língua não tem território. É a forma como você pensa, entende e se apresenta ao outro.
Então, em virtude disso, alguns dizem “não, o termo é judeu espanhol.” Outro diz “ah, Espanyolít”. Espanyolít e o termo judeu espanhol são a mesma coisa, é ladino. Só que o ladino se prestava àquilo que era escrito pelos rabinos. Miguel de Cervantes, por exemplo, era marrano e escrevia em judeu espanhol.
Agora nós temos duas Espanhas: uma cujo idioma está preservado, é do século XV-XVI e a que ficou territorialmente conhecida como “Espanha”, que é uma colcha de retalhos, assim como a cultura judaica. O catalão não se sente madrilhenho, nem aragonês, não é? Nem sevilhano.
O que é que ocorre? Essa língua de pertencimento, essa extraterritorialidade, também mudou. Ou seja, no Magreb, no norte da África, ela passa a adquirir elementos berberes e árabes. Chama-se hakitia. É o ladino do norte da África que é distinto do ladino oriental da Grécia, da Turquia, do que chegou ao Líbano, que chegou até a Síria. Chegou à Bulgária, à Romênia, à Iugoslávia. Em São Paulo há judeus da antiga Iugoslávia que ainda falam em ladino.
Esse aí é o grande contexto. Ou seja, uma língua que continua viva, independentemente do extermínio nazista. Um milhão e meio ou mais de sefaraditas que falavam ladino foram direto para as câmaras de gás. Quando ali se mata, se extermina não só parte de um povo, mas um idioma…
Assim, o ladino só se preservou em virtude de poucas pessoas que estavam a salvo da sandice nazista. E criaram-se elementos para propagação, divulgação e preservação daquele conhecimento que pouco ainda restava. No mundo hoje não existem mais que duzentas mil pessoas que conhecem, leem, escrevem e falam, como se diz Meldar, que significa: ler, escrever e avlar em ladino.
A poesia escrita em ladino é uma barricada. É um ponto de resistência. Eu poderia escrever em língua portuguesa. Sim, há uma virtude na língua hispânica, em especial no espanhol antigo, no qual o ladino está inserido. Existem termos em aragonês, em galego, em sevilhano, em catalão e em português que fazem parte desse universo, que não sou eu. Isso é a regra do ladino. Há uma cadência própria, uma musicalidade, um ritmo que por si só se encaminha, além de ser uma barricada. Aquele forte apache da resistência de uma cultura.
Antes de mais nada, é isso. Como se pode dizer sefaradi, que é a Península Ibérica, e não se lembrar dessa territorialidade linguística, que é uma extraterritorialidade? É onde reside a memória. Essa é a questão. Pelo menos, eu tenho que deixar um legado. Isso é o credo dos judeus marranos. Sabe quantos no Brasil conhecem esse credo? Alguns gatos pingados. Porque isso não é divulgado. Isso é uma reza que eu hoje tive de colocar, porque, de modo geral, eu morro, meus filhos se esquecem e isso desaparece. Pelo menos, é um registro.
Odmar Braga (Recife, 1952) é poeta e dramaturgo de Pernambuco. Membro efetivo da União Brasileira de Escritores UBE/Pernambuco e da Academia de Letras e Artes da cidade de Paulista/PE. É coordenador e membro da Casa do Poeta Brasileiro em Recife/PE. Dentre seus livros publicados, destacamos Viduy (2014) e Rekodro de mis rekodros (2010), ambos poemários em djudeo-espanyol.
Notas
¹O termo “marrano” refere-se aos judeus que mesmo convertidos à força ao cristianismo nos reinos da Península Ibérica mantiveram clandestinamente alguns costumes de sua tradição judaica
²Sefarad significa Espanha em hebraico, por isso, Sefaradi ou Sefaradita é o termo que se refere aos judeus da Península Ibérica.
Texto publicado originalmente na edição 1.014 do jornal Nossa Voz, editado pela Casa do Povo. Acesse a publicação na íntegra aqui.
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